sábado, 17 de abril de 2010

O lado bom do facebook

Outro dia aderi ao facebook por causa de uma "velha" amiga...
Estudamos juntas no primeiro colegial... Éramos novas na escola e, um dia, começamos a conversar. E surgiu uma amizade "unha e carne": a gente ouvia as mesmas músicas, ia ao Cineclube Elétrico assistir a Jimi Hendrix, Janis Joplin e The doors... Almoçava no restaurante do Masp. Estudava Termologia. Trocava cartas manuscritas em papéis coloridos. Falava por telefone toda tarde. Tinha a mesma paixão platônica!

Ela, taurina e judia; eu, sagitariana mestiça.

No segundo colegial, ficamos em classes separadas, mas a amizade continuou. Lá pelas tantas, eu comecei a namorar. A amizade continuou, mas agora eu dividia minha atenção. E minhas tardes. E os telefonemas e as cartas. (A paixão platônica cedeu, gentilmente, lugar ao amor de carne e osso.)

Veio o terceiro colegial, e a paranoia do vestibular. Entre seções de cinema, discussões acaloradas, provas e livros. A amizade, o amor e a liberdade se esgueiravam como o sol nas frestas de uma janela. Ao som dos Mutantes.

... Não me lembro muito bem do nosso último encontro. Ela prestou Psicologia, e eu, Letras. Ela foi morar um ano em Israel. Eu passei na USP... E depois perdemos contato. E depois de mais um pouco, o namoro acabou. Tudo mudou. Ficaram as cartas, fotos e fitas K7 como recordações, dentro de uma caixa.

Mais de dez anos depois, bateu uma saudade louca, e eu fui atrás dela na internet. Mas... nada! Desencanei, imaginando que estava pelo mundo, morando em algum país distante.

E, agora, 15 anos depois... um reencontro "virtual". Esse é o lado bom do facebook, do orkut etc. Conversamos muito, curtindo cada novidade... Como se tudo tivesse acontecido ontem mesmo.
As duas, agora, casadas e mães. Uma fugida para o campo; a outra para a praia.

De toda essa história, fica uma certeza: algumas amizades saem do lugar-comum. Em qualquer tempo e por mais que a vida te lance para lá ou para cá.