quinta-feira, 19 de agosto de 2010

antissíntese de há muito tempo

Faz tempo que não posto nadica. E tanta coisa acontecendo...

Em abril, fizemos uma viagem linda ao Peru. Com retiro de meditação e Machu Picchu incluídos no "pacote".

Em casa, a construção de um novo local de trabalho, com salas separadas para mim e o Luiz (não vamos mais dividir um quarto pequeno, abarrotado de livros!), com um terraço de onde a vista é muito linda.
(Aliás, agora vem a certeza de que fiz a escolha certa ao sair de SP. Às vezes estou distraída andando por aqui e me pego pensando: "Como é bom!".)

Férias de julho, e uma bela viagem pelo Sul do país, em que rodamos mais de 4 mil quilômetros de estradas.

Cataratas do Iguaçu

Serra do rio do rastro

Macieiras dormentes em Urubici

Parque nacional de Aparados da Serra

Trilha do rio do boi - cânion do Itaimbezinho

Cânion Fortaleza

E, no meio disso, nós:

A Ju atualmente oscila entre momentos de criança espontânea, doce menina-moça e adolescente mal humorada.

Eu e Luiz completamos 10 anos de relacionamento (!)

Enquanto eu experimento 33 anos de vida...

E a última boa nova: meu pai decidiu parar de fumar, após 55 anos desse hábito. E está conseguindo. De tirar o chapéu. Pai, eu me orgulho de você e da sua capacidade de surpreender!

Por ora é "só".

sábado, 17 de abril de 2010

O lado bom do facebook

Outro dia aderi ao facebook por causa de uma "velha" amiga...
Estudamos juntas no primeiro colegial... Éramos novas na escola e, um dia, começamos a conversar. E surgiu uma amizade "unha e carne": a gente ouvia as mesmas músicas, ia ao Cineclube Elétrico assistir a Jimi Hendrix, Janis Joplin e The doors... Almoçava no restaurante do Masp. Estudava Termologia. Trocava cartas manuscritas em papéis coloridos. Falava por telefone toda tarde. Tinha a mesma paixão platônica!

Ela, taurina e judia; eu, sagitariana mestiça.

No segundo colegial, ficamos em classes separadas, mas a amizade continuou. Lá pelas tantas, eu comecei a namorar. A amizade continuou, mas agora eu dividia minha atenção. E minhas tardes. E os telefonemas e as cartas. (A paixão platônica cedeu, gentilmente, lugar ao amor de carne e osso.)

Veio o terceiro colegial, e a paranoia do vestibular. Entre seções de cinema, discussões acaloradas, provas e livros. A amizade, o amor e a liberdade se esgueiravam como o sol nas frestas de uma janela. Ao som dos Mutantes.

... Não me lembro muito bem do nosso último encontro. Ela prestou Psicologia, e eu, Letras. Ela foi morar um ano em Israel. Eu passei na USP... E depois perdemos contato. E depois de mais um pouco, o namoro acabou. Tudo mudou. Ficaram as cartas, fotos e fitas K7 como recordações, dentro de uma caixa.

Mais de dez anos depois, bateu uma saudade louca, e eu fui atrás dela na internet. Mas... nada! Desencanei, imaginando que estava pelo mundo, morando em algum país distante.

E, agora, 15 anos depois... um reencontro "virtual". Esse é o lado bom do facebook, do orkut etc. Conversamos muito, curtindo cada novidade... Como se tudo tivesse acontecido ontem mesmo.
As duas, agora, casadas e mães. Uma fugida para o campo; a outra para a praia.

De toda essa história, fica uma certeza: algumas amizades saem do lugar-comum. Em qualquer tempo e por mais que a vida te lance para lá ou para cá.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Um filhote

Eram 22 h e eu estava na frente de casa. Distraída, olhei para uma das portas, a que sempre fica fechada. E vi um lindo filhote: era uma pequena cobra, de corpo acinzentado e com manchas, formando um bonito padrão. Cheguei perto. O Luiz olhou e já foi buscar a vassoura e um balde, dizendo: "Essa aí não é qualquer coisa". Eu não estava convencida e fiquei olhando.
Ela enrolou levemente o corpo com a cabeça erguida, prestes a dar o bote num dos insetos que voavam por perto. Reparei na fenética língua, fendida na ponta, que entrava e saía de sua boca. Em seguida, percebi que a pontinha do rabo chacoalhava rapidamente, e era mais clara que o corpo. "Um filhote de cascavel!" De tão nova, seu guizo não era ainda formado; aliás, mal podia ser visto ou ouvido.
A primeira reação foi medo, aflição, sei-lá. O Luiz trouxe o balde, e demoramos um tempo a conseguir colocá-la dentro dele. Ela se enrolou, estressada.
O balde foi mantido coberto com um pano preso por uma corda.
No dia seguinte, ele foi no nosso porta-malas até uma estradinha, e, à beira de um riachinho, nós a devolvemos ao seu hábitat.
Novamente, um pouco de medo, mas uma ótima sensação de ter sabido "respeitar" aquela tão diferente forma de vida.