domingo, 22 de março de 2009

Chovendo na roseira

Após uma breve chuva, que gostoso o cheiro de mato molhado! Cheguei perto da roseira para contemplar os botões e as flores já abertas.

Chegando mais e mais perto, pude descobrir, além das gotas d'água que refrescavam as pétalas cor-de-rosa, outras formas de vida.

E concluí que a roseira, com as margaridas ali ao lado, é um ecossistema...

... onde uma lagarta coloridíssima pode se alimentar, presa ao caule como um bebê à sua mamadeira.

... onde ocorrem encontros românticos.

... e onde há uma sombrinha ideal para um cochilo pós-almoço.

terça-feira, 10 de março de 2009

Tornando-se mulher

O Dia Internacional das Mulheres já passou, mas faço agora minha homenagem. Aliás, essa data assumiu importância maior para mim há dois anos, quando minha mãe faleceu, no dia 8 de março. Nesse mesmo dia, ganhei de "brinde" num posto de gasolina uma camiseta com a mensagem: "Não nascemos mulheres, nos tornamos mulheres". E isso fez todo o sentido pra mim. Naquele dia, perdi uma mulher importante na minha vida, mas conquistei mais uma "porção" de outra grande mulher: eu mesma.

E, num processo de resgate do feminino, vim para a Demétria, um lugar especial, onde vivem mulheres especiais. Mulheres inteligentes, diferentes entre si, donas de si, verdadeiras. Elas não cobrem os cabelos brancos e tem um sorriso tão jovial; não usam scarpin mas são tão femininas... Por quê? Por que estão em contato com a terra-mãe, aquela que dá vida a flores e frutos? Por que vivem sem tantas "muletas", mercadorias criadas para o consumo e o descarte? Por que estão mais próximas de sua essência, o que traz aconchego e tranquilidade?... Há uma lista enorme a ser feita, e cada uma deve ter um item a mais para aumentá-la.

Mulheres da Demétria, uma homenagem a nós!




sexta-feira, 6 de março de 2009

Pores-do-sol que valem ouro

Acho que já falei pra todo mundo da vista privilegiada que tenho em casa, de um horizonte longínquo onde o sol se põe. Bem, esta é a primeira vez na vida que passo por tal situação: poder ver, a cada dia, um novo pôr-do-sol, bem ali, na minha frente, entrando pelas janelas da sala, se mostrando com todas as cores (que nenhuma fotografia pode reproduzir)...




Nenhum é igual ao outro: a natureza possui um repertório infinito de combinações. São nuvens, tons e semi-tons, névoas, brilhos intensos, refrações... E, para melhorar, a cena muda a cada minuto! Não há como se entediar. Você desgruda os olhos e na volta já encontra uma nova prosopopéia.
Não existe feiúra nesse mundo que fica entre o maravilhoso, o sonho e o que não é assimilável pelos sentidos humanos. Sim, porque ali é tudo muito grande, luminoso e intenso.
Eu assimilo muito pouco. Eu presencio, apenas. E fico perplexa, muda, feliz.

O vôo das aranhas

Vivendo no campo, é preciso conviver e "dividir o espaço" com os bichos. Aranhas, há muitas, dentro e fora de casa, solitárias ou em grupos. O mais belo de tudo isso são as "teias coletivas", "condomínios" que elas constroem entre as árvores, muitas vezes de um lado a outro do caminho, obstruindo-o.
Outro dia, saindo de casa, tive de voltar, pois uma "cortina de aranhas" se formou na rua, tomando-a de um lado a outro. No começo, fiquei desorientada. Depois, pus-me a observar sua engenhosidade, a agilidade tecendo fios que, com o sol, pareciam de ouro! Olhando para cima, vi que elas vinham do alto, muito alto... Pareciam voar, em contraste com o céu azul... Fiquei um tempo apreciando aquele balé de muitas pernas, até que resolvi buscar a câmera.
Segue o ensaio fotográfico que batizei de "O vôo das aranhas":