terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O pequeno grande Mahakala

O gigante deitado, onde esta história começou.

Domingo, dia 2 de janeiro de 2011

Voltávamos de um passeio a Pardinho, onde fomos apreciar as Três pedras e o Gigante deitado. Começou a chover, e na estrada de terra vimos um pequeno animal caminhando com dificuldade. Muito pequeno. Tanto, que demoramos a perceber que era um filhote de gato. Um filhotinho, amedrontado e todo molhado... Saí do carro e peguei o bichinho no colo. Ele estava incrivelmente magro; dava para sentir todas as vértebras e ossinhos. Seus olhos, fechados e cheios de pus. Olhei para os lados: ninguém, mamãe ou irmãozinhos. Só uma folha de jornal aberta no meio do mato. Hesitei por alguns segundos, segurando aquele "fiapo" no colo, mal sentindo seu peso ou calor. Pensei na Laica e no Ziggy... Mas não pude deixá-lo. Entrei no carro, e ele desfaleceu no meu colo. Não se mexia. Respirava. O Luiz perguntou: "Você acha que ele sobrevive?". "Acho".

Então o Luiz teve a ideia de tocar no som do carro a invocação ao Mahakala, protetor da nossa Escola no budismo. Cantamos juntos. Para que acontecesse o que fosse para o bem. Assim que acabamos, incrível: o gatinho começou a se mexer, parecia que adquiria nova vida. Ficamos tão impressionados que decidimos chamá-lo de Mahakala.

No pronto-socorro veterinário na Unesp, mediram a glicemia e a temperatura do bichinho. Não detectando "urgência", pediram que voltássemos no outro dia. Passamos no mercado para comprar ração, e pegamos uma caixa de papelão, onde Mahakala passou a noite. Isso após nossa amiga Lu ter tirado dezenas de pulgas dele, de uma limpeza em seus olhos e de uma bela refeição pastosa, que ele devorou!

Um comentário:

  1. Lindo esse post contando o gesto humano(o que todos deveriam ser) sobre o presente que chegou até vcs...que é o lindo Mahakala.Eu estudo o budismo,quero conhece-lo a fundo,e pretendo segui-lo indo ao templo.Aprendi que nada é por acaso em nossas vidas e situações acontecem em nosso caminho para nos encher de amor ainda mais o coração,um exercício de verdadeira compaixão.Eu tenho onze gatinhos,e todos mimados e cuidados com carinho e responsabilidade.Pena que more aqui em Curitiba,gostaria de me mudar com eles para o Butão,brincadeira,um recanto parecido com o seu já é mais do que necessito.Seria um prêmio(Agora mesmo enquanto te escrevo,a nossa Bianca,que foi jogada na minha casa no dia de meu aniversário,com fome,frio e medo,está passeando pelo teclado do notebook,e mordendo a tela.Pode?...Aqui em casa eles podem tudo...rsrsrs.Eles me ensinam muito.

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